DEVOLVA-ME A VIDA!...
Impertinente é a dor que consome a carne Tortura minhas horas já tão sofridas Fazendo-me prisioneira de um leito de dor. Espectro do que fui, busco a inconsciência Já não há desespero, apenas o gelo na alma Na certeza de um ser sem amanhã, sou nada!... Restos de sonhos transformados em pó Que o vento vai varrendo, levando para longe Deixando no lugar densas nuvens negras Matando a esperança que um dia me fez sorrir Apagando os caminhos por onde desejei seguir Arrancando na raiz as flores do meu jardim Aonde já não há mais esplendor, apenas aridez, Terra onde não mais fecundará o amor Sugada a energia e calor das possibilidades No canto silencioso dos pássaros o fim... Clamo por tua piedade!...Deixa-me!... Não me torture mais, as pagas são grandes! Não tenho forças para suportar as intempéries Estilhaçado o cristal está morrendo Dê-lhe uma chance, mesmo que seja a solidão Caminhar sobre as penas de um amor Que nasceu condenado e deve morrer Fique pelo menos a paz, uma chance em mil No lugar do que seria felicidade, Esqueça, deixa-me esquecer!... Guarde-se o que foi belo Preserve-se a vida que já não reluz Massacrada por tanta dor, estou vencida... Quisera adormecer para não mais acordar O esquecer é a única salvação. Condição para que não morra Para que possa tornar a vida, - Dou adeus aos sonhos!... Santo André SP-BR CCristal
Enviado por CCristal em 21/03/2007
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