MEU PAMPA, MINH’ALMA!...
Minhas terras do Pampa, Pátria!... Eu que já vivi tanto, Já vi de tudo, ainda assim, Não suporto mais conviver, Olhar a dor, ver a maldade, Deslealdades de mil, beber do teu sangue... Inverdade bandoleira, ser uma verdade cotidiana, De posse das vidas... Malditos!... Desvirginando a inocência, Quebrando raízes, desvirtuando o saber, Rasgando a noite das tradições!... Minhas terras do Pampa, Pátria!... Madrugada adolescente... Pagando com a vida, o impagável. Ai!... Minha terra que te vejo árida e seca, (Esgotado o leite no peito da mãe!...) Criminoso!...Teus filhos bebendo água suja... Marchando sem rumo, sem razões, A (in) decência (in) sensata, engolida, Arrancada da alma, do peito sangrando. Nas ruas desertas, encobertas. Pelas gargalhadas impuras, Que se fazem ouvir ao longe, na escuridão. Que esconde a morte desvairada, Inconformada com sua própria sina... Minhas terras do Pampa, Pátria!... Fui menina, moça. Fui Rainha!... Dei-me como escrava!... Passei fome, passei frio!... De medo, No meio da noite Por um horror que me calou n’alma, Tremi e chorei!... Em lágrimas transbordei, De amor, de razões passadas. A essência de mim Que não me abandona, ainda assim, Espera!... Espero, Não sei quem sou, sei que espero, A consciência comum acordar... Minhas terras do Pampa, Pátria!... Ferida resistindo, tentando sobreviver, Desejei morrer Pra não ver, não sofrer, mas E, ainda assim, pela manhã, Ainda estava ali, solitária e triste, Acordando para o mundo, Da mais fria e torpe realidade, Empurrando com o pé, A porta emperrada, Um cotidiano, no corpo caído! Eu que já vivi tanto Já vi de tudo, ainda assim, Surpreende-me tanto horror, A falta de amor, a negação da fé... O conformismo... Caminhantes engrossando a fila Do matadouro, o tilintar do ouro!.. Direto pelo corredor da morte... Minhas terras do Pampa, Pátria!... Usurpada nas tuas raízes... Ao jugo, um futuro incerto. (Meu RS da minha saudade.) 31/03/2013 CCristal
Enviado por CCristal em 31/03/2013
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