PARA QUEM FOI MEU MUNDO!! Carmen Cristal
Uma história incomum... Nada foi banal, foi tanto o que te dei!… Cheguei a tua vida por forças superiores De início senti que seriam muitas lutas Mesmo assim assumi!... Como uma sombra, sem medo, Independente de tudo e todos Estava ali para lutar por ti, Dar-me em troca de tua felicidade
Com um sorriso e muito amor Enfrentei a solidão, os fantasmas do passado... Para que tuas horas, dantes tão vazias, Fossem preenchidas com amor e alegria No afã dos versos meus, a ti cantei noite e dia Para que a dor que te escravizava fosse calada Enfim te sentisse, acreditasse muito amado
Com meu riso, minhas peraltices de menina sapeca Preenchi o silêncio que te atormentava Na inconsequência de uma eterna criança Brinquei, dancei sobre versos e muitas rimas Para te fazer ver quanto à vida era bela E por ser uma dádiva divina merecia se vivida Plantar em teu coração o renovar da esperança Acreditando ser teu direito o mundo dos prazeres Ser tua a felicidade!... Quanto lutei em silêncio...
Em tuas noites insones, ao saber de tuas penas A teu lado, calada, perambulei! Foram tantas madrugadas a te acompanhar Ao te ver perdido entre lembranças doloridas Fiquei ali sem arredar o pé de ti Por amor, incondicionalmente... Dando do coração e da razão Em meus braços te envolvi num abraço Protetor, a te guardar de ti mesmo... Te proteger do frio que, teu corpo fazia tremer…
Livre do abandono fui teu abrigo!... Acalanto de tua alma solitária… Até mesmo contra tua vontade Jamais deixei de estar ao lado, Fiel ao amor dedicado Por entender ser amiga, companheira... Fui mansidão...
Tomei teus medos, Fiz do meu corpo teu escudo Da minh’alma um lago cristalino Aonde, viesses matar a sede de carinho ter dei meus braços como proteção Com amor, fui segurança de dias incertos
Expulsei a morte!... Fiz da vida uma meta Dei-te as forças que eu não tinha Desejei arrancar-te de um castigo A que insanamente te condenavas Oferecendo a essência do que eu era Meu ser, meu amor, minha poesia...
Mas como tudo nesta vida O que é dado com abundância perde seu valor Assim vi a indiferença Vi a dor que eu tirava do teu caminho Invadir sem nenhum pudor, minhas horas, Meus dias foram escurecendo... A luz que te ofereci, foram as trevas onde cai
Por um sorriso teu deixei o meu morrer Tua solidão invadiu meu mundo E o que em mim era poesia, passou a ser lamento!... Com traições fui vitimada, perdi a rima...
Esgotada em minhas forças, a poesia foi morrendo Nada mais restando, hoje sou ninguém!... Desisto de ti, desisto de mim... A solidão senhora, encarcerou minh’alma Anulou minhas vontades... Resta apenas Um último verso para ti que muito amei, Este verso!... Um verso simples, sem métrica... Rimando amor e dor num último e triste adeus...
Amar não significa que tenhamos de nos anular, se perdermos o rumo de nós o amor não encontrará forças para sobreviver e vencer os infortúnios da vida...
Santo André - SP - BR (Reeditado) Enviado por Carmen Cristal em 01/04/2006
CCristal
Enviado por CCristal em 11/07/2023
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